Pais de alunos brasileiros podem ser classificados em cinco perfis quando o assunto é a relação que têm com a Educação escolar. É o que revela a pesquisa “Atitudes pela Educação”, uma iniciativa do Todos Pela Educação, Fundação Roberto Marinho, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Fundação Itaú Social, Instituto Unibanco e Instituto C&A, com realização do Instituto Paulo Montenegro e do Ibope Inteligência. O objetivo do estudo foi dimensionar e mapear as atitudes e comportamentos dos responsáveis pelos alunos, que impactam a relação das crianças e jovens com a escola. “A Educação é constitucionalmente um dever do Estado e das famílias. Por isso, é importante entender como os pais se relacionam com os filhos nesse aspecto”, afirma Alejandra Meraz Velasco, coordenadora geral do movimento Todos Pela Educação.
A pesquisa entrevistou 2.002 responsáveis por alunos entre 4 e 17 anos, das redes públicas e privada de ensino, nos respectivos domicílios, entre os dias 28 de junho a 8 de julho de 2014. A faixa etária abrange crianças e jovens matriculados da Educação Infantil ao Ensino Médio. Além disso, o estudo é de abrangência nacional e considerou famílias residentes em áreas urbanas e rurais de todas as regiões do Brasil. Para investigar de forma profunda a relação família-escola, o estudo levou em conta duas dimensões de comportamentos dos adultos: a valorização da Educação escolar e o vínculo do adulto com o filho ou criança/jovem pelo qual é responsável. Os entrevistados foram classificados em três grupos de graduação na valorização e no vínculo: mínimo, mediano e máximo. Cada pergunta do questionário foi classificada de acordo com a dimensão que avaliava (valorização ou vínculo), de forma a permitir a combinação das respostas e o agrupamento dos indivíduos com atitudes em comum. Com isso, foram verificados cinco perfis diferentes de pais e responsáveis: Comprometidos, Envolvidos, Intermediários, Vinculados e Distantes.
Os vinculados representam a maior fatia porcentual dos entrevistados: 27%. Os que são assim classificados exibem um comportamento mais ligado ao vínculo com a criança do que com a valorização da Educação. São responsáveis que dialogam frequentemente com os filhos, mas não acompanham tão incisivamente a rotina escolar. Os dados mostram que 95% dos vinculados afirmam estar presentes nos momentos mais importantes da vida da criança; mas apenas 20% conversam com outros pais sobre a qualidade da escola e 44% acompanham o calendário de provas. A maior parte desse grupo é formada por mulheres (60%) e quase metade (49%) tem Ensino Médio ou Superior.
O grupo dos Envolvidos representa 25% do total, de acordo com a pesquisa. São aqueles que praticam mais ações de valorização do que de vínculo e, portanto, destacam-se por acompanhar a rotina escolar do filho. Ao mesmo tempo, apresentam um ambiente familiar menos propício ao diálogo e um relacionamento menos próximo com a criança. Entre eles, 87% acreditam que, se a criança estudar, terá uma vida melhor que a dele e 79% conferem se o filho estudou para as provas. Mas apenas 35% procuram levá-lo a programas culturais.
Os considerados Distantes somam 19% da amostra. São eles que apresentam o conjunto de respostas com grau mais baixo de vínculo e valorização. Esses entrevistados não se relacionam com outros pais e com a escola e dialogam pouco com as crianças e jovens. É o grupo que tem menor assiduidade nas reuniões e eventos escolares. 61% têm escolaridade até o Ensino Fundamental, somente 25% procuram se informar sobre a proposta de ensino da escola e apenas 37% ajudam a organizar o material escolar do filho.